terça-feira, 19 de abril de 2016

O lado bom das relações efêmeras

Aplicativos para smartphones contribuem para expansão do ciclo de amizades
De repente você pega o celular e abre o aplicativo, seja porque acabou de receber uma mensagem ou a notificação de um Match inesperado. Aí a curiosidade, independente da opção, fala mais alto e lá está você prestes a continuar ou iniciar um assunto qualquer, até então despretensioso.


Vai dizer que você, solteir@, nunca recorreu aos aplicativos de relacionamentos nem que seja uma única vez na vida? Simplesmente para ver como funcionava, já que o assunto vez ou outra está por aí, nas rodas de conversa, nas ruas ou nas redes sociais.


Eu, particularmente, assumo que já baixei e excluí diversos aplicativos desse tipo. Sim, quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra. Conheci pessoas de diversos lugares e com diferentes objetivos. Algumas o contato perdurou por um tempo, outras não.


Há ainda Matchs em que não houve iniciativa de nenhuma das partes, ou não passou da troca de três frases triviais como “Oi, tudo bem?”, “Onde mora?”, “O que faz da vida?”. Sim, o prático e efêmero me frustravam no início. Mas aos poucos, fui percebendo que essa frustração era resultado da criação de falsas expectativas.


Depois de um tempo a coisa passou a fluir muito melhor. Sim, é possível conhecer pessoas legais nesses aplicativos, assim como numa balada ou barzinho. Mas a aproximação se dá de forma virtual, o que de todo não é ruim. Afinal, não tem barulho ou gente suada…   


Ainda é preciso se acostumar com o efêmero que, infelizmente, atinge todas as áreas da sociedade pós-moderna, e com as relações interpessoais não é diferente. O conceito e estrutura familiar, por exemplo, não são mais os mesmos de décadas atrás. Por que então as relações afetivas deveriam ser? É preciso aproveitar a durabilidade, mesmo que pré-determinada, e deixar que ela evolua naturalmente, sem neuras ou mimimis.

Enfim, que seja efêmero enquanto dure…

O que Sia Furler e Beyoncé Knowles têm em comum

Não sei ao certo quantos quilômetros separam os Estados Unidos da Austrália, afinal, “eu sou de humanas” e não me arrisco a chutar nem distância. Mas nada que um jatinho não resolva. Enfim, elas são mulheres com um currículo artístico de dar inveja a qualquer artista iniciante, mas com trajetórias musicais bem peculiares nada, assim, tão comum como sugere o título.   

Sia Furler em uma de suas excêntricas apresentações
Cantora, compositora, produtora musical e diretora de videoclipes Sia Furler esconde seu rosto, literamente, em perucas com franja e corte chanel, além de muitas vezes cantar de costas para o público em apresentações.  

Já Beyoncé Knowles (cantora, compositora, atriz, dançarina, modelo, produtora musical, diretora de vídeo e empresária) fez nome e sucesso na mistura de talento e sensualidade.

Mesmo com linhas artísticas um pouco diferentes, elas já até se uniram para criticar os padrões de beleza impostos pela mídia, que escravizam principalmente as mulheres, além de exporem em suas canções temas ainda tabus como machismo e suicídio.

Eu apareço enquanto você se esconde

Além de colecionarem uma série de atividades no currículo, Sia e Queen B transmitem mensagens peculiares em suas canções. Beyoncé, por ser mais conhecida devido à exposição no meio musical desde a era  Destiny's Child, ao iniciar carreira solo, em 2003, claramente se enquadrou nos padrões estéticos, abraçando uma linha comercial. O pontapé inicial gerou inúmeras premiações à cantora.


Sia, por sua vez, sempre se absteve de reconhecimento físico, chegando a realizar suas primeiras aparições com um saco de papel cobrindo o rosto. Ela se contenta em ser apenas “uma voz”. Suas composições já ganharam sucesso nas vozes de Rihanna, Katy Perry e Christina Aguilera. O hit “Diamonds”, por exemplo, fez Rihanna reluzir literalmente.


Nós temos sentimentos

Em 2008, em seu terceiro disco, Beyoncé começa a dar sinais a que veio. Talvez o reconhecimento único e exclusivo de “mulher sensual” já não lhe cabia mais. Pequenas mensagens em suas músicas e clipes passaram a ser transmitidas.

Hit como "If I Were a Boy" mostra como uma mulher, que deseja ser um homem por um dia, sente-se ao presenciar flertes com outras mulheres, ter suas chamadas não atendidas. Enfim, é uma inversão de valores da óptica feminina sobre o machismo. Outra faixa desse LP é "Single Ladies (Put a Ring on It)", que retrata a desilusão amorosa de uma recém-solteira, que se jogou na pista da buatchy porque o ex-namorado não se decidia se queria um compromisso mais sério.


Em 2014, uma das canções de Sia, “Big Girls Cry”, retrata a inevitável crise, angústia e vazio diante de uma decepção amorosa. No videoclipe é possível até mesmo pensar em pensamentos suicidas para minimizar o sofrimento retratado pela bailarina e atriz Maddie Ziegler.


Enfim, juntas!

Em 2013, a história entre Queen B e Sia se cruza e se eterniza na produção de “Pretty Hurts”. A canção, composta pela australiana e reproduzida na voz de Beyoncé, faz uma crítica sobre os padrões impostos pela mídia sobre como ser fisicamente, o que vestir e até pensar. Toda essa situação escraviza principalmente as mulheres, que lutam a duras penas em busca do corpo perfeito, dentro e fora das passarelas.


Nós também somos polêmicas

Após se posicionar sobre o Feminismo em “Flawless, que incluí um discurso da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, Beyoncé quebrou o silêncio sobre o racismo com o recente “Formation”, lançado em fevereiro de 2016. No videoclipe, é possível ver uma série de elementos e líderes da história negra americana, como Martin Luther King. O audivisual gerou polêmica por ainda se tratar de um assunto tabu, infelizmente.


Sia também foi alvo de críticas negativas ao lançar o videoclipe “Elastic Heart”. A produção conta com os atores Maddie Ziegler e Shia LaBeouf presos em uma gaiola, seminus. A interação constante entre eles fez com que muitos analisassem o vídeo como uma apologia à pedofilia. Contudo, Sia se explicou dizendo que os atores a representam, o que pode ser explicado entre picos de inocência selvagem de uma criança e da razão de um homem adulto.


segunda-feira, 18 de abril de 2016

Oi, gente... Voltei!

Quase 4 anos que não dou as caras por aqui. Fazendo um breve balanço desse tempo, chego à conclusão de que o tempo provoca mudanças ~ mesmo que involuntárias ~ que servem para o bem ou para o mal. Tudo depende do ponto de vista e do momento.

Neste tempo trabalhei, viajei, mudei de emprego, rompi relacionamentos, fiz novos amigos e contatos, concluí uma pós-graduação, mudei meu estilo de vida, fui diagnosticada com uma doença crônica, engordei (muito...), trabalhei mais, escrevi, li e reli, visitei museus e teatros, fui a bons shows (até de artistas que eu nem sabia cantar uma música inteira)... Enfim, é difícil resumir 4 anos em um parágrafo.

O tempo também foi primordial para que eu pudesse amadurecer em muitos aspectos e perceber o que realmente me faz bem ou não. Contudo, a completude nunca é alcançada, então, a tal “bad”, vez ou outra, dá o ar da graça. Mas se tudo fosse perfeito qual seria o motivo da nossa existência, não é mesmo?